Área de Heliópolis está contaminada com gás metano e escola é fechada
Na última quarta-feira (30) mães e pais de alunos da EMEF Escola Municipal Péricles Eugênio da Silva Ramos foram informados que a escola passaria por uma reforma hidráulica e que estaria fechada por 180 dias. Diversos pais presentes na reunião saíram de lá indignados e indagados pois foi feita uma reforma na escola recentemente, após o caso ter uma repercussão maior foi divulgado que a escola estaria em reforma por conta de uma contaminação de gás metano no terreno onde fica.
Segundo a CETESB - Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, agência do governo que é responsável pelo controle, fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de sujeira e contaminação, constatou que historicamente a área tem persistência de riscos inaceitáveis aos moradores, estudantes, professores e trabalhadores pelas decorrentes concentrações de metano no ar e no solo indicando a possibilidade de explosão, tal situação de perigo, é agravada pelo reiterado descumprimento das exigências solicitadas pelo órgão. O laudo da companhia foi ainda mais abrangente citando até mesmo um bloco dos prédios que fica no entorno da escola, Mércia Ribeiro, liderança da UNAS, moradora do entorno da escola e representante da ZEIS - Zona Especial de Interesse Social detalhou que “fomos pegos de surpresa ao sabermos que a escola estava sendo desocupada para os estudantes irem para o CEU Meninos por conta de uma reforma, desde quarta-feira estavam negando a real informação. A comunidade junto a suas lideranças foram na subprefeitura da região onde lhe foram informados sobre concentração de gás metano no local, mas ainda não há informações claras diante da contaminação. Estamos esperando que o poder público seja transparente com os moradores, isso é um descaso, isso é racismo ambiental, só queremos proteger a comunidade e suas crianças”.
As crianças estão tendo aulas online durante essa semana, mas os 600 alunos a partir do dia 10 de Abril serão encaminhados para o CEU Meninos. As mães estão muito preocupadas, e com razão já que a escola fica a 2,7 KM da antiga escola fazendo com que as mães lutem para conseguir a TEG - Transporte Escolar Gratuito, mas não é só isso que as preocupa, o CEU não tem como comportar as 600 novas crianças com infraestrutura necessária, algumas turmas terão que dividir salas, dificultando o trabalho dos professores, ou até mesmo a preocupação com os 15 alunos autistas que o EMEF recebia, já que eles precisam de um lugar mais tranquilo para sua aprendizagem, Lindauza Josefa da Silva Moraes, de 51 anos, contou as dificuldades da neta autista que estuda na escola “A maior dificuldade é para ela se relacionar no ambiente, serão muitas crianças por sala, escadas, tudo novo. Ela já está muito estressada só de saber da mudança, mas não estou falando só da minha neta, além dela tem mais 14 jovens”.
Sala de aula improvisada no CEU Meninos para receber os alunos de terceiro e sétimo ano da EMEF Péricles Eugênio.
Hoje em visita ao CEU Meninos algumas mães vistoriam as dependências da unidade, Simone Giunti, de 50 anos, tem dois filhos na escola nos relatou que “durante a reunião com a DRE Ipiranga e a subprefeitura me foi falado que teria mais funcionários e segurança no CEU, que teria salas para todas as séries, ainda dei uma balançada na cabeça no momento, mas disseram que tínhamos que confiar neles, mas o que queremos é clareza e tudo documentado, porque ainda não foi feito o que falaram para nós, como vimos aqui hoje”. O caso é muito mais complexo do que a reforma da escola, algumas mães se preocupam se a escola irá fechar mesmo, se muitos que moram lá estão correndo algum risco de vida e acima de tudo, qual o respaldo que o Governo do Estado de São Paulo junto a Prefeitura da capital vão dar às famílias? Muitas delas sofrem ou já sofreram com algum tipo de doença, seja ela grave ou não, por conta de uma possível contaminação da água, já que o terreno onde fica a escola e as moradias no passado foi um lixão.
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