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Mulheres da Quebrada no Esporte


Durante muito tempo ser jogadora de futebol era uma profissão quase que não explorada, hoje melhorou algumas coisas, mas os incentivos e as oportunidades ainda são escassas. A UNAS hoje tem um projeto que incentiva o Futebol Feminino para as adolescentes e crianças interessadas, pensando sempre em formar cidadãs que sonham e que possam ter uma perspectiva em suas escolhas, sejam elas quais forem.

Para uma menina conseguir ser uma profissional do esporte ainda falta visibilidade, oportunidade e valorização, a diferença salarial do Futebol Masculino e Feminino ainda é discrepante e isso faz com que muitas desistam no caminho. Elas hoje, ainda tem que jogar com os meninos, muitas vezes não há espaço ou atenção para que consigam se desenvolver integralmente no esporte, e mesmo que muitas queiram chegar até a Seleção Brasileira, muitos sonhos chegam a ser limados no início ou no meio dessas histórias. O preconceito que diversas delas sofrem é desanimador, mas se existe um espaço onde elas possam sonhar, por que não incentivar? Hoje o projeto Futebol Heliópolis, que é encabeçado pelo Fábio Fioratti, chega a atender hoje cerca de 50 meninas que com a ajuda do projeto podem desenvolver suas habilidades e sonhos.


Hoje nesse projeto, temos grandes exemplos de transformação e incentivo, como a Patrícia Alves, de 37 anos, nascida e criada na Favela de Heliópolis, que teve sua paixão pelo futebol vindo desde de Criança influenciada pela mãe que sempre foi apaixonada pelo Palmeiras. Paty como é conhecida tentou jogar bola desde cedo, mas naquela época era muito difícil o Futebol Feminino (sem apoio e com preconceito), mas com o incentivo da mãe estudou bastante, pensando em fazer a tão sonhada faculdade. E mesmo com todas as dificuldades conseguiu se formar aos 24 anos em Educação Física.

Patrícia fez uma movimentação bastante importante em seguida pensando em como incentivar as crianças e adolescentes a seguir os seus sonhos, chegando na UNAS entre 2017/2018 trabalhando no CCA e depois no Futsal e Futebol de campo com crianças de 07 a 18 anos, principalmente com o recorte do Futebol Feminino “Eu amo futebol e amo a molecada da minha quebrada. E diferente da minha época o Futebol Feminino vem em uma crescente muito forte, hoje temos vários clubes apoiando o esporte, passando em TV aberta. Agora em 2023 teremos a copa do mundo, então hoje em dia o Futebol Feminino vem evoluindo bastante, e agora acho que não para mais de crescer, pois as mulheres têm um potencial de chegar onde quiser. E com esse apoio tenho certeza que vão longe.” disse ela emocionada ao contar sua trajetória.


Trabalhos como o da Paty atingem diretamente as meninas interessadas em jogar, como foi o caso da Biancca, que tem 17 anos, também moradora da maior favela de São Paulo, que tem como seu maior sonho se profissionalizar como atleta de futebol. Seu amor pelo esporte começou muito novinha, e com seus 06 anos ingressou no CCA Heliópolis, lugar onde aprendeu diversas coisas, que além do esporte, competia xadrez e diversas modalidades que eles proporcionam. Ficou lá até seus 11 anos, e de lá continuou estudando. No período, seus pais a colocaram no balé, dança clássica que não se identificava nenhum pouco, foi onde em uma reunião de pais da escola seu professor de educação física percebia sua desenvoltura pelo esporte e conversou com seu pai para que eles a colocassem em alguma escolinha, e foi onde seus pais fizeram a pergunta, “balé ou futebol?” Foi onde ela respondeu que o futebol era sua paixão.



“As dificuldades que enfrentamos no futebol como mulher são as rejeições, preconceitos e muita desigualdade.Temos que estar provando várias vezes que somos capazes sim, e que a modalidade não é apenas pro masculino, mas para todos aqueles que carregam um sonho. Já vivenciei vários cenários de meninas que desistem por falta de apoio e de oportunidades,que agora vivem frustradas por não estar vivendo o que sempre sonharam.” disse Bianca sobre sua história e apoio. A jogadora hoje tem sido destaque em clubes e até já viajou para Espanha, jogando pelo Inter Ipiranga representando a Inter de Milão, “Minha alegria é quando entro em campo, não importa o quão cansativo o dia foi, mas quando entro dentro das quatro linhas, isso se transforma em minha maior terapia. O sonho de qualquer atleta é chegar na Seleção Brasileira, estou trabalhando duro, sei que não é fácil, mas com esforço dobrado sei que posso chegar lá. Através da UNAS, e dos profissionais que fazem parte dela, consegui chegar em clubes que jamais imaginaria jogar…”, completou ela.


Histórias como a da Biancca e da Patrícia nos revelam que tudo é uma questão de oportunidade para as mulheres no esporte. Mais uma jogadora e hoje educadora de esportes da UNAS é a Cibele Souza, de 27 anos, que vive em Heliópolis desde que nasceu, é formada em Educação Física pelo ProUni com bolsa 100% e acredita no Esporte como ferramenta de educação. A hoje educadora perdeu sua mãe quando tinha 16 anos e foi nessa época que procurou saber mais sobre o Futebol Feminino, quando conheceu outras meninas que jogavam, buscando fazer peneiras para entrar em algum clube, chegando a jogar oficialmente pelo São Caetano Futebol Feminino dos 16 aos 19 anos, mas quando acabou o projeto do time, decidiu desistir de jogar para trabalhar e estudar.

Cibele também participou de projetos da UNAS como aluna, jogando voleibol, e logo após o Futsal, que se mantém até hoje na ONG, por esses projetos, conheceu grandes profissionais que a inspiraram a seguir pelo esporte e a ser o que é hoje. A história dela nos revela o quanto o apoio, o incentivo e a visibilidade são cruciais para que essas meninas continuem trilhando sua vida no esporte, hoje Cibele da aula nos CCA's de esporte e recreação, no CDCM com Ginástica funcional para mulheres vítimas de violência e faz parte da equipe dos professores do Futsal Heliópolis, “Acredito no Esporte como ferramenta de mudança na educação das crianças e dos jovens, com certeza sou prova viva desse impacto que ocorreu em minha vida, diante de todas as dificuldades que tive, assim como muitas outras histórias de superação que existem aqui dentro da Favela, eu venci muitas estatísticas negativas que o governo apresenta para a mídia. Agradeço às pessoas que construíram esta Organização, porque foi desde lá que viram a necessidade de acolher o próximo, e me sinto acolhida pela instituição até hoje.” disse ela sobre sua trajetória.


Hoje ela além de dar as aulas para as crianças, adolescentes, mulheres e idosos ela incentiva os sonhos com suas experiências e bagagens, trazendo toda a sua paixão pelo esporte e como ela mesmo diz “Mulher que joga futebol é porque gosta, ela ama, não é por conta de dinheiro, mulher no esporte é por conta disso. Eu tinha que trabalhar e estudar, as vezes acham que é brincadeira, mas é o nosso sonho” contou Cibele emocionada as dificuldades de ser jogadora.


Se você conhece alguma menina que tem o sonho de ser jogadora, apoie ela e a incentive, a traga para conhecer o nosso projeto, aqui ela poderá expressar seu potencial com acolhimento e cidadania. Seja você um agente de transformação na vida delas que só querem ser reconhecidas por suas paixões.


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